Depois de uma passagem pela Ásia, a Copa do Mundo voltava ao continente europeu em 2006. A Alemanha sediou a competição, como havia feito em 1974, mas desta vez, unificada. Pela primeira vez na história das Copas, o campeão do torneio anterior, no caso, o Brasil, precisou disputar as eliminatórias para poder ter o direito de defender o seu título na fase final. Mesmo assim, a seleção passou pelas eliminatórias sul-americanas sem problemas. Ao todo, 32 seleções disputaram a Copa do Mundo de 2006 em sua fase final: Alemanha, Argentina, Brasil, Paraguai, Equador, México, Estados Unidos da América, Trinidad e Tobago, Costa Rica, Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Itália, Suíça, Suécia, República Tcheca, Ucrânia, Sérvia e Montenegro, Países Baixos, Croácia, Polônia, Togo, Gana, Angola, Costa do Marfim, Tunísia, Japão, Arábia Saudita, Irã, Coreia do Sul e Austrália
Deve ser realmente magnífica a sensação de voltar a ganhar uma Copa do Mundo, após 24 anos. Foi esta a sensação que os Italianos provaram em 2006. E isto que eles nem chegaram como favoritos. A Copa do Mundo de 2006 começou com o foco na Seleção Brasileira, e em seu quadrado mágico, formado por Ronaldinho, Ronaldo, Kaká e Adriano, e que ainda tinha Robinho na reserva. Muitos diziam que o Hexa já estava garantido, e que o Brasil só perdia para ele mesmo. Só que a seleção Brasileira se arrastou nos gramados alemães, e após quatro vitórias em que mal jogou para o gasto, sobre Croácia, Austrália, Japão e Gana, encontrou a França nas quartas de Final. Foi aí que apareceu, mais uma vez Zidane. Além de ter tido uma atuação fantástica, Zizou fez a cobrança de falta que parou em Henry. O centroavante do Arsenal fuzilou as redes defendidas pelo goleiro Dida, e abateu o sonho Brasileiro do hexa.
A França ainda passaria por Portugal de Felipão, Cristiano Ronaldo e Figo nas semi-Finais, para encarar a Itália na Final. Mas antes de falar desta Final, é hora de falar da campanha italiana naquele Mundial.
Os Italianos estrearam vencendo Gana por 2 x 0, em jogo que contou com grande atuação de Pirlo. Na sequência, empate em 1 x 1 com os EUA e vitória de 2 x 0 sobre a República Tcheca na terceira rodada, garantiram a vaga nas oitavas e a primeira colocação da Chave E para a Itália.
Nas oitavas, a Azurra encarou a Austrália, que se mostrou um adversário mais duro do que o esperado. Com um gol solitário de Totti cobrando pênalti, a Itália conseguiu a magra vitória por 1 a 0 que a colocou nas quartas, para encarar outra zebra: a Ucrânia de Shevchenko, que na época era ídolo no Milan.
A Itália teve contra a Ucrânia, a tranquilidade que não teve contra a Austrália. Venceu por 3 x 0 de maneira incontestável, com dois gols do centroavante Luca Toni e um do lateral Zambrota, se garantindo na semi-Final, onde seu adversário seria, nada mais, nada menos que a Dona da Casa, a Alemanha.
O Westfalenstadion estava lotado, com uma multidão nas arquibancadas cantando e torcendo para a Alemanha. Incentivados, os Germânicos partiam para o ataque, mas paravam ainda no excelente meio-campo Italiano, formado por Gattuso, Pirlo, Perrotta e Camoranesi. Na melhor chance dos donos da casa, Buffon defendeu um bom chute de Schneider. A Itália quase marcou com Perrotta, mas Lehmann fez milagre. O jogo terminou empatado em 0 x 0 no tempo normal. Parecia que o placar ia se repetir na prorrogação e a partida seria decidida nas penalidades. Engano.
Parecendo ter mais folego, a Itália cresceu na prorrogação, onde viveu o seu melhor momento naquela Copa do Mundo. Meio travada, a Alemanha até tentou ir para o ataque, mas sentiu a difícil prorrogação nas quartas de final contra a Argentina.
Marcelo Lippi foi com tudo para cima da Alemanha, e promoveu as entradas de Iaquinta e Del Piero nos lugares de Perrota e Camoranesi. Com isto, a Azurra conseguia manter mais a posse de bola, e causava pavor na torcida alemã, que via sua seleção sem força no contra-golpe. Pirlo quase marcou em uma bomba de fora da área, que obrigou grande defesa de Lehmann. Minutos depois, após uma cobrança de escanteio mal afastada pela defensiva alemã, Pirlo deu uma assistência genial para Fábio Grosso, lateral que curtia uma de atacante. Como um experiente centroavante matador, Grosso acertou um chute direto, de esquerda, e colocou a Itália na frente do placar.
Desesperada e sem forças, a Alemanha foi para o abafa, e insistiu no chuveirinho, contra uma zaga Italiana que tinha Fabio Cannavaro. O zagueiraço e seus companheiros ganhavam todas as bolas pelo alto, dando espaços para o perigoso contra-ataque Italiano. Em uma bola perdida por Podolski, Totti puxou contragolpe e encontrou Gilardino, que por sua vez tocou para Del Piero, que genialmente encobriu o goleiro alemão Lehamann, e colocou a Itália na Final da Copa, onde a Azurra encararia a França.
A decisão da Copa do Mundo de 2006 foi muito equilibrada. A França conseguiu marcar primeiro, com Zidane cobrando pênalti aos sete minutos. A Itália empatou aos 19, com o zagueirão Materazzi, de cabeça, após cobrança de escanteio de Pirlo.
Depois de um jogo muito disputado, a partida foi para a prorrogação. Nela os autores dos gols no tempo normal se envolveram em uma polêmica. Zidane deu uma espécie de Cabeçada no peito de Materazzi, que também encenou um pouco. O lance cavou a expulsão de Zizou, que era a grande figura daquela seleção francesa. Sem seu principal jogador, Les Bleus pouco ameaçaram a Itália, e a decisão foi para os pênaltis.
Com mais sangue frio, a Itália aproveitou bem suas cobranças e se tornou Tetracampeã Mundial de futebol, voltando a vencer uma Copa após 24 anos.
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