Copa da Ásia 2019: Resumo final

Catar é campeão da Copa da Ásia 2019


O Catar, País-sede da Copa do Mundo 2022,  é o campeão da Copa da Ásia 2019. O pequeno país, de apenas dois milhões e meio de habitantes, teve a sua maior conquista futebolística da história, em um título inédito. A conquista veio após uma vitória por 3 a 1 sobre o Japão, que pela primeira vez na história perdeu uma final de Copa da Ásia.

O Catar, venceu as suas sete partidas nessa Copa da Ásia, que pela primeira vez na história, contou com o recorde de 24 seleções. Mais do que isso, ao contrário de outros esportes onde vem obtendo sucesso, o Catar teve um elenco só de jogadores nativos, exceção feita ao lateral português Pedro. Contudo, a comissão técnica era de fora. O treinador catarense foi o catalão Félix Sánchez, que trouxe muito do jogo de seu país para o selecionado que treinou. Em 2014, ele havia sido campeão asiático sub-19 com o essa mesma nação.

A mão do treinador foi fundamental, em uma equipe muito tática. O Catar sabia movimentar seu sistema de jogo, de acordo com o rival. Contudo, fosse a proposta de jogo defensiva ou ofensiva, o time exibia uma tremenda capacidade de concentração nas tarefas, sendo a equipe de melhor conjunto do continente, superando até mesmo o Irã de Carlos Queiroz. Com o coletivo afiado, brilharam as individualidades. Almoez Ali, autor de nove gols no torneio, novo recorde absoluto da competição. Akram Afif, distribuiu dez assistências. Madibo, foi um pilar no meio. Al-Rawi, o melhor zagueiro árabe deste século. Com isso, a nação do Golfo venceu três seleções participantes da Copa do Mundo da FIFA 2018 na Rússia, numa impressionante corrida pela glória.

A vitória de uma das nações menores da Ásia é algo emblemático na crescente futebolística do maior continente do mundo. Um aumento de 24 seleções provou estar longe de ser um inchaço, com muitos dos novos participantes fazendo um torneio histórico. Times como Vietnã, Quirguistão e Omã, para citar apenas alguns, provavelmente olharão para este torneio no futuro, como um ponto de virada.




Os campeões


O sucesso do Qatar foi simplesmente extraordinário. Afinal, essa é uma nação que não venceu uma única partida da Copa Asiática em solo estrangeiro, desde 1984. O Catar encerrou a fase de grupos com uma vitória por 2 a 0 sobre a Arábia Saudita, antes de vencer por 1 a 0 os campeões asiáticos de 2007, o Iraque, e a forte Coreia do Sul. Houve uma vitória marcante por 4 a 0 na semi-final sobre os Emirados Árabes, mas o melhor ainda estava por vir. Dois gols espetaculares nos minutos iniciais da final, marcados por Almoez Ali e Abdulaziz Hatem, foram dignos de qualquer final, e deixaram o Japão, quatro vezes campeão, sem nenhuma reação.


Balanço geral


O Japão saiu com um balanço positivo dessa campanha, com uma série de novos nomes ganhando experiência para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O novo treinador, Hajime Moriyasu, por pouco não se tornou a primeira pessoa a ganhar a Copa da Ásia como jogador e treinador. Com muitos dos principais futebolistas japoneses ausentes, houve algumas dificuldades, e a taça não veio, mas o saldo japonês com o vice-campeonato, foi positivo. O Japão venceu seus primeiros cinco jogos por um único gol, sendo a primeira nação a fazê-lo na história da competição.

A melhor seleção asiática, o Irã, parecia estar no caminho certo para a conquista, depois de uma forte fase de grupos segura, e vitórias sobre Omã e China. Mas a equipe persa, caiu na semifinal contra o Japão, com uma derrota por 3 a 0. Após oito anos de trabalho no país, o técnico Carlos Queiroz anunciou a sua saída do comando técnico.

Assim como o Irã, a Coreia do Sul , que também buscava acabar com uma longa seca continental, mostrou sinais promissores. O time havia somado quatro vitórias seguidas, antes das quartas-de-final contra o Qatar, mas acabou derrotado e eliminado diante dos catarrenses. A Austrália, campeã asiática, caiu nas quartas-de-final, diante dos Emirados Árabes Unidos.

A Arábia Saudita, após uma derrota na fase de grupos contra o Catar, perdeu por um único gol para o Japão, e viu acabar a era Juan Antonio Pizzi . A China de Marcelo Lippi teve uma campanha similar, vencendo rivais mais fracos, e perdendo de 3 a 0 para o Irã nas quartas-de-final, mostrando poucos mecanismos de jogo.


Depois do Catar, o Vietnã foi a nação que mais progrediu nos Emirados Árabes Unidos. Com a base do seu bem-sucedido time do Campeonato Sub-23 da AFC, o Vietnã se mostrou bem, técnica e taticamente, inclusive endurecendo as quartas-de-final contra o Japão.


O Quirguistão teve uma estréia impressionante em Copas da Ásia. Apesar da derrota por 2 a 1 para a China, a vitória por 3 a 1 sobre as Filipinas foi um ótimo sinal, e a eliminação contra os Emirados Árabes Unidos, num jogaço, veio com muito custo.

Omã passou pela fase de grupos pela primeira vez, da maneira mais dramática que se pode imaginar, com um gol aos 93 minutos da última partida. Também podemos ressaltar a Índia, que venceu sua primeira partida na Copa Asiática desde 1964, com uma vitória por 4 a 1 sobre a Tailândia.


Os números 

Almoez Ali superou o recorde de 23 gols de Ali Daei, com 9 gols no torneio.
O Catar se tornou o primeiro país a chegar à final da Copa da Ásia sem sofrer gols.
O Irã ampliou seu recorde invicto na fase de grupos para 20 partidas, algo que vem desde 1996.
O goleiro do Uzbequistão, Ignatiy Nesterov, se tornou o primeiro jogador a participar de cinco Copas da Ásia.
O Catar é o terceiro campeão inédito em quatro edições da Copa da Ásia, junto do Iraque (2007) e da Austrália (2015).

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