Grandes seleções da história das Copas: o Brasil de 1982

grandes seleções da história das Copas: o Brasil de 1982







A seleção brasileira enviada para a disputa da Copa do Mundo de 1982, é considerada por muitos a melhor na era pós-Era Pelé. Com Waldir Peres no gol, Leandro e Junior nas laterais, Oscar na zaga, Cerezo e Falcão, mais o talento de Sócrates, Zico Éder e Serginho Chulapa na frente, o selecionado canarinho era brilhantemente armado pelo mestre Telê Santana.






A idéia do treinador era montar uma equipe que reunia o conceito de ocupação de espaços da Holanda, e a capacidade intuitiva do jogador brasileiro de chegar aos locais do campo abertos. Assim, ele sacou o ponta direita titular Paulo Isidoro, titular durante toda a preparação, para a entrada de Paulo Roberto Falcão, que se juntou mais tarde ao grupo. Passou assim, Sócrates para a ponta-direita, mas o ídolo do Corinthians por lá não ficava, afundando para o meio, e deixando o corredor para outros jogadores, numa espécie de 4-4-2 em quadrado, assimétrico, só com um ponta pela esquerda.




A seleção chegou na Espanha como favorita, e era tratada como uma legião de extraterrestres pelos estrangeiros. O Brasil trazia também outras relevâncias táticas, com laterais apoiando em zonas interiores, ataque em bloco, e intensidade nas movimentações. Uma fórmula que tornava o time canarinho muito forte, mas não totalmente imbatível.





O Brasil ficou no Grupo F da Copa, ao lado de União Soviética, Escócia e Nova Zelândia. A estréia foi contra o forte time Soviético, de Dasaev e Blokhin, que complicou bastante para o Brasil, e até saiu na frente do placar. Mas o Brasil virou o jogo, com um tento de Sócrates, e um golaço de Éder. Contra a Escócia, de Kenny Dalglish, o Brasil novamente saiu atrás, mas virou, aplicando um 4 a 1, com gols de Zico, Oscar, Eder e Falcão. A terceira partida, foi a grande consagração: Goleada de 4 a 0 sobre a Nova Zelândia, com Zico marcando duas vezes, e Falcão e Serginho completando o marcador.





Na segunda fase, disputada em formato triangular, o Brasil estreou derrotando a campeã mundial Argentina, mas perdeu para a Itália, no famoso "Desastre do Sarriá". Quatro anos antes, Brasileiros e Italianos haviam feito a decisão do terceiro lugar na Copa da Argentina, vencida pelo Brasil. Numa daquelas ironias do destino a grande figura da partida, seria justamente o jogador que ficou ameaçado de não disputar o torneio: Paolo Rossi.





Foi ele quem abriu o placar para a Itália, logo no começo do jogo. O lançamento para ele marcar este gol, foi feito por Cabrini, justamente no setor esquerdo italiano, direito brasileiro, onde não havia ponta defendendo. Alguns minutos depois, Sócrates empatou para o Brasil. Mas, aos 25 minutos da primeira etapa, Rossi, aproveitou uma falha tremenda de Cerezo, para colocar novamente a Itália na frente. No segundo tempo, Falcão marcou um golaço, que dava o empate ao Brasil, que só precisava disto para seguir em frente. Mas o jogo não era de Falcão, nem do Brasil, era de Rossi: ele fez o terceiro gol, que daria a vitória à Itália. Oscar, quase empatou para o Brasil no final do jogo, mas o experiente goleiro Dino Zoff da Itália salvou em cima da linha, eliminando de vez aquele marcante Brasil da Copa.





O legado, contudo, estava lançado, e este time entrou para o Hall daquelas seleções que não ganharam a Copa do Mundo, mas tem um lugar na história.







Time-base: Peres; Leandro, Luisinho, Oscar e Júnior; Falcão e Cerezo; Sócrates, Zico e Éder; Serginho Chulapa. Técnico: Telê Santana.

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