Grandes seleções da história das Copas: a Itália de 2006













A Itália chegou à Copa do Mundo de 2006, disputada na Alemanha, sob desconfianças. Muito mais por conta de insucessos recentes, do que da qualidade do time. Após o vice-campeonato da Euro, em 2000, a Azzurra acabou decepcionando muito na Copa de 2002, e na Euro de 2004, e apesar de ter ido bem nas Eliminatórias, precisava dar uma resposta.





Comandante de sucesso em nível de clubes Marcelo Lippi assumiu o selecionado nacional com a missão de dar um padrão ao mesmo, e o tornar competitivo. Os vários problemas de lesão no período pré-Copa, o fizeram montar uma base que iniciava as partidas com um escalação, teoricamente, mais fechada, mas podia mudar no decorrer delas, e se tornar letal no ataque.





O escolhido para defender o gol italiano na Copa foi Gianluiggi Buffon, que já ali se tornava um dos maiores goleiros da história. Zambrotta era o lateral-direito, com Cannavaro, ganhador da Bola de Ouro e do prêmio de melhor da FIFA em 2006, liderando a zaga. Seu parceiro, no começo da Copa do Mundo, era Nesta, que se lesionou e deu lugar à Marco Materazzi. Grosso, ocupando a lateral-esquerda, fechava o sistema defensivo. Pirlo era o filtro das jogadas no meio-campo, acessorado por Perrotta, Gatusso e Camoranessi. Um descontado Totti, formava o ataque, ao lado do goleador Luca Toni.  A equipe partia de um 4-4-2, que defendia em linhas, mas ao atacar, virava um losango, com os interiores se somando aos laterais nos flancos, e Pirlo sendo um meio-campista capaz de ditar o ritmo.



A Itália começou a Copa batendo Gana, algo fundamental, em uma chave complicada. Na sequência, empatou em 1 a 1 com os EUA, e venceu a República Tcheca na terceira rodada por 2 a 0, garantindo a sua vaga nas oitavas e a primeira colocação da Chave E.





Nas oitavas, a Azurra encarou a Austrália, que se mostrou um adversário mais duro do que o esperado. Com um gol solitário de Totti cobrando pênalti, a Itália conseguiu a magra vitória por 1 a 0 que a colocou nas quartas, para encarar outra zebra: a Ucrânia de Shevchenko, que na época era ídolo no Milan. A Itália teve contra a Ucrânia, a tranquilidade que não teve contra a Austrália. Venceu por 3 x 0 de maneira incontestável, com dois gols do centroavante Luca Toni e um do lateral Zambrota, se garantindo na semi-Final, onde seu adversário seria, nada mais, nada menos que a Dona da Casa, a Alemanha.





O Westfalenstadion estava lotado, com uma multidão nas arquibancadas cantando e torcendo para a Alemanha. Incentivados, os Germânicos partiam para o ataque, mas paravam ainda no excelente meio-campo Italiano, formado por Gattuso, Pirlo, Perrotta e Camoranesi. Na melhor chance dos donos da casa, Buffon defendeu um bom chute de Schneider. A Itália quase marcou com Perrotta, mas Lehmann fez milagre. O jogo terminou empatado em 0  x 0 no tempo normal. Parecia que o placar ia se repetir na prorrogação e a partida seria decidida nas penalidades. Engano.





Parecendo ter mais fôlego a Itália cresceu na prorrogação, onde viveu o seu melhor momento naquela Copa do Mundo. Meio travada, a Alemanha até tentou ir para o ataque, mas sentiu a difícil prorrogação nas quartas de final contra a Argentina.





Marcelo Lippi foi com tudo para cima da Alemanha, e promoveu as entradas de Iaquinta e Del Piero nos lugares de Perrota e Camoranesi. Com isto, a Azurra conseguia manter mais a posse de bola, e causava pavor na torcida alemã, que via sua seleção sem força no contra-golpe. Pirlo quase marcou em uma bomba de fora da área, que obrigou grande defesa de Lehmann. Minutos depois, após uma cobrança de escanteio mal afastada pela defensiva alemã, Pirlo deu uma assistência genial para Fábio Grosso, lateral que curtia uma de atacante. Como um experiente centroavante matador, Grosso acertou um chute direto, de esquerda, e colocou a Itália na frente do placar.





Desesperada e sem forças, a Alemanha foi para o abafa, e insistiu no chuveirinho, contra uma zaga Italiana que tinha Fabio Cannavaro. O zagueiraço ganhava todas as bolas pelo alto, e deu espaços para o perigoso contra-ataque Italiano. Em uma bola perdida por Podolski, Totti puxou contragolpe e encontrou Gilardino, que por sua vez tocou para Del Piero, que genialmente encobriu o goleiro alemão Lehamann, e colocou a Itália na Final da Copa, onde a Azurra encararia a França.



A decisão da Copa do Mundo de 2006 foi muito equilibrada. A França conseguiu marcar primeiro, com Zidane cobrando pênalti aos sete minutos de jogo. A Itália empatou aos 19, com o zagueirão Materazzi, de cabeça, após cobrança de escanteio de Pirlo.





Depois de um jogo muito disputado, a partida foi para a prorrogação. Nela, os autores dos gols no tempo normal se envolveram em uma polêmica. Zidane deu uma espécie de Cabeçada no peito de Materazzi, que também encenou um pouco. O lance cavou a expulsão de Zizou, que era a grande figura daquela seleção francesa. Sem seu principal jogador, Les Bleus pouco ameaçaram a Itália, a não ser em alguns lances com o jog de costas de Thierry Henry. Assim, a decisão foi para os pênaltis. Com mais sangue frio, a Itália aproveitou bem suas cobranças, e se tornou Tetracampeã Mundial de futebol, voltando a vencer uma Copa após 24 anos.








Time-base: Buffon; Zambrotta, Cannavaro, Materazzi (Nesta) e Grosso; Pirlo, De Rossi, Gatusso e Camoranessi; Totti e Luca Toni. Técnico: Marcelo Lippi.


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