A história dos Mundiais de vôlei masculino (1952 - 2022)

A história dos Mundiais de vôlei

A história do vôlei, desde sua criação nos EUA, é longa, e o seu processo de internacionalização e profissionalização, foi demorado. No Brasil, os resultados em Campeonatos mundiais, Copas do Mundo e Jogos olímpicos, começaram a aparecer com  a geração de prata masculina. A partir dos anos 90 e das mudanças nas regras que revolucionaram o esporte, o país virou potência.

Criado ainda no século XIX, e consolidado pela Associação cristã de moços, ambos nos EUA, o vôlei viu a criação das primeiras federações internacionais no fim dos anos 40, dando base para a criação da Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Em 1948, o primeiro Campeonato Europeu ocorreu em Roma, na Itália, tendo a União Soviética como campeã. O país dominaria o voleibol Internacional nos primeiros anos, ao lado de outras seleções do leste europeu. Com o surgimento do Europeu e do Sul-americano, surgiu, em 1949, o primeiro Mundial de Vôlei, disputado em Praga, na então Checoslováquia. Participaram desta edição 10 seleções, com a União Soviética ficando com a taça, superando a seleção da casa no final.

Para o Campeonato mundial de 1952, foram incluídas seleções de continentes ligados à Europa, também havendo na sequência a criação da versão feminina do certame, que passou a ser disputado em ciclos de quatro anos. Na edição seguinte, já participavam também seleções panamericanas. O Mundial de 1952 teve mais um título soviético, com o país do martelo superando a Checoslováquia, em competição  jogada na URSS. A Bulgária foi medalhista de bronze nos dois primeiros mundiais.

No Mundial de vôlei masculino de 1956, jogado na França, a Checoslováquia enfim conquistou o título, superando a Romênia. A União Soviética, foi apenas a terceira colocada. Contudo, em seguida, tivemos dois títulos soviéticos, superando os checos. A Pátria que originou a República Tcheca e a Eslováquia só voltou a ser campeã mundial de vôlei em 1966, jogando em casa, vencendo o seu segundo título na competição. Nesta ocasião, a Romênia foi medalhista de prata, e a União Soviética bronze.

A primeira participação do Brasil em Mundiais de vôlei ocorreu em 1956. O nosso selecionado masculino estreou com uma vitória sobre a Índia por 3 sets a 2, seguida de uma derrota para a China. Tanto o time masculino, quanto o feminino, terminaram na 11° colocação deste Mundial.

O Comitê Olímpico Internacional (COI), incluiu o vôlei como esporte olímpico, nos jogos de Tóquio-1964. O torneio olímpico masculino seguiu com domínio soviético, conquistando este primeiro ouro,  com a Checoslováquia ficando em segundo, e o surpreendente Japão, em terceiro. Quatro anos mais tarde, na Cidade do México, em 1968, os três países voltariam ao pódio, apenas com tchecos e japoneses trocando posições.

Estavam presentes aí o jogo físico soviético, a arte do voleibol checo, e a agilidade japonesa, escolas que dariam base para a evolução do Voleibol nos anos de 1970 e 80. O levantador Checo Josef Musil, e o soviético Constantin Reva, jogador muito completo, foram os grandes nomes dessas primeiras décadas do voleibol mundial.

Em 1970, a Alemanha Oriental venceu a Bulgária na final, e conquistou o seu primeiro e único Campeonato Mundial de vôlei masculino. Na edição seguinte, a União Soviética foi derrotada pela Polônia nas finais, mas venceu as duas edições seguintes do torneio. Nos Jogos olímpicos, o Japão conquistou o ouro em 1972, enquanto em 1976, a Polônia bateu os soviéticos na final. Em 1980, os times mais importantes de voleibol masculino em escala mundial pertenciam à Europa Oriental.

Em meio a isto, tivemos a criação de um novo torneio, a Copa do Mundo, e o surgimento de uma nova potência do voleibol mundial: os EUA. E será sobre os americanos a nossa próxima parada.

Os Jogos olímpicos de Moscou-1980, contaram com um boicote dos países capitalistas ocidentais, até então com pouca tradição no voleibol. O torneio masculino teve a União Soviética conquistando a sua terceira medalha de ouro olímpica, após vencer por 3 sets a 1 a Bulgária na final. Mas aí, surgiria o forte domínio americano.

O Campeonato mundial de vôlei de 1986, teve lugar o primeiro grande confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética após os boicotes olímpicos de 1980 e 1984, quando os EUA conquistaram o ouro, resultado que seria repetido na Copa do Mundo e nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. E os EUA, do craque Karch Kiraly, ficaram com mais este título. Com uma seleção permanente, os estadunidenses adquiriram uma força estupenda, batendo os soviéticos em duas finais seguidas (Mundial de 1986 e Seul-1988). No começo dos anos de 1990, a URSS se dissolveu, e de suas pátrias, basicamente só a Rússia foi realmente forte no voleibol, embora tenha demorado para conquistar grandes taças.

A Itália dominou completamente os mundiais de voleibol na década de 1990, vencendo todas as três edições que ocorreram nesta década: 1990, 1994 e 1998. A seleção italiana de Luca Cantagalli, Andrea Zorzi, Gianni e cia., foi potencializada por uma liga importadora, com clubes muito fortes, que também dominaram o vôlei Internacional neste nível. Os times treinados por Júlio Velasco e Bebeto de Freitas, dominaram a época, mas não conseguiram a medalha de ouro olímpica. Decepção em Barcelona-1992, a Itália perdeu a final do torneio olímpico masculino em Atlanta-1996 para a Holanda, e ficou com o bronze em Sidney-2000, quando a Iugoslávia foi a grande vencedora. Rivais dos italianos em grandes e inesquecíveis duelos, os cubanos saíram de sua década dourada de maneira ainda pior, já que não foram nem campeões olímpicos, nem campeões mundiais, restringindo suas glórias aos torneios menores.


No início do século XXI, o Brasil tornou-se a grande potência do do voleibol mundial, após a mudança das regras. Campeão olímpico em Barcelona-1992, com José Roberto Guimarães no comando, e craques como Tande, Giovanni, Carlão e Marcelo Negrão no elenco, o país sul-americano teria uma geração ainda mais talentosa no começo do século XXI. Treinado por Bernardinho, o Brasil reuniu estrelas como Serginho, Giba, Gustavo e Ricardinho, e dominou por anos o voleibol mundial. Em 2002, os brasileiros foram campeões mundiais na Argentina, onde haviam sido vice-campeões em 1982. Em 2006, o selecionado brasileiro conquistou o bicampeonato, vencendo  a Polônia na final, em torneio disputado no Japão. Em 2010, o Brasil conquistou o seu terceiro título Mundial consecutivo, vencendo Cuba na final, e igualando a Itália da década anterior. Neste meio tempo, o Brasil foi campeão olímpico em Atenas-2004, e vice-campeão olímpico em Pequim-2008 e Londres-2012, quando perdeu o Ouro para os EUA de Stanley e Ball, e a Rússia, respectivamente.

No Rio-1016, contudo, o Brasil voltou a conquistar a medalha de ouro, após bater a Itália, do craque Zaytsev na final. Em 2014, a Polônia sediou o Mundial de vôlei, e ficou com o título, quebrando a hegemonia brasileira. Em 2018, os poloneses revalidaram seu título Mundial. Em 2022, o título ficou com a Itália.

Falando apenas dos mundiais de vôlei masculino, já tivemos quinze edições vencidas por selecionados europeus, sendo seis pela União Soviética, quatro pela Itália, três pela Polônia, e duas pela então Checoslováquia, além de uma edição vencida pela Alemanha Oriental. O Brasil venceu três mundiais, e os Estados Unidos um.


A seguir está a lista de todos os campeões mundiais de voleibol masculino:

1949 - Tchecoslováquia
1952 - União Soviética
1956 - União Soviética
1960 - União Soviética
1962 - União Soviética
1966 - Tchecoslováquia
1970 - União Soviética
1974 - Polônia
1978 - União Soviética
1982 - União Soviética
1986 - Estados Unidos
1990 - Itália
1994 - Itália
1998 - Itália
2002 - Brasil
2006 - Brasil
2010 - Brasil
2014 - Polônia
2018 - Polônia
2022 - Itália



Imagem: FIVB

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