Em 1978, a Copa do Mundo retornou ao Continente Sul-americano, só que desta vez, a Argentina recebeu de maneira inédita e até hoje única, a competição. O momento não era o melhor no continente, com várias complicações políticas e econômicas, ditaduras instaladas e o Tráfico de Drogas começando a reinar. Junte isto, ao Frio dos Pampas e a ausências importantes, como Beckembauer que havia se aposentado, Cruyff que não foi ao Mundial, e jogadores como Platini e Maradona, que eram meros garotos, e temos uma Copa que não foi tão boa quanto sua predecessora ou mesmo sua sucessora.
Em contrapartida, Seleções Tradicionais, como Hungria, Áustria, Espanha e França retornavam à Copa, e a africana Tunisia e a asiática Irã faziam suas estreias em Mundiais.Menos mal que a ditadura arge ntina não chegou a influenciar diretamente na Copa, e casos graves de violência não foram identificados. Ainda tivemos grandes jogadores na disputa, como Hans Krankl, Teofilio Cubillas, Paolo Rossi, Karl-Heinz Rummenigge, Kenny Dalglish e Johan Neeskens. O grande nome da Copa, no entanto seria um Herói do País-sede: Mario Alberto Kempes.
Como Tradição, o país sede, a Argentina, ficou no grupo A. Com um bom começo, o selecionado albiceleste venceu por 2 x 1, nas duas primeiras partidas, Hungria e França. Outra gigante do Futebol Mundial também estava neste grupo A: a Itália, que também bateu a França e a Hungria por 2x1 nas duas primeiras partidas. Na terceira rodada, Itália e Argentina se enfrentaram para decidir quem ficaria com a primeira colocação. E deu Itália, com vitória por 1 x 0.
A Copa de 1978 apresentou a seleção que seria a precursora das Zebras Africanas: a Tunísia, que estava no grupo B. As águias do Cartago, como ficaram conhecidas, venceram o México por 3 x 1 na sua primeira partida em Copas, e ainda arrancaram um empate sem gols com a Alemanha. A única derrota da Tunísia foi por 1 x 0 para a Polônia, que terminou na liderança da chave. A Alemanha Ocidental, com um empate sem gols com a Polônia e uma goleada de 6 x 0 sobre o México, ficou em segundo, com os Tunisianos conseguindo uma honrosa terceira colocação.
O Brasil ficou no grupo C, e estreou empatando em 1 x 1 com a Suécia, em um jogo polêmico: Já nos acréscimos da partida, houve um escanteio a favor do Brasil, e o árbitro encerrou o jogo com a bola ainda no ar. Zico, disputando seu primeiro jogo em Copas, marcou para o Brasil, mas o jogo já havia sido encerrado.O Lance gerou muita reclamação do time brasileiro, que na sequencia decepcionaria de novo, empatando sem gols com a Espanha. A seleção canarinho só conseguiu avançar para a segunda fase graças à uma vitória por 1 x 0 sobre a Áustria na terceira rodada, com gol de Roberto Dinamite. Mesmo com a derrota, os Austríacos ficaram na liderança da chave, com o Brasil em segundo.
A atual Vice-campeã Holanda, demonstrou ter caído um pouco de nível na primeira fase. Obteve um empate sem gols contra o Peru e perdeu por 3 x 2 para a Escócia. Avançou em segundo lugar, no entanto, pois goleou o Irã por 3 x 0 na primeira rodada, e na segunda, os Escoceses deram uma grande bobeada ao empatarem em 1 x 1 com os iranianos. Os Peruanos ficaram na liderança do grupo.
Na segunda fase, os donos da Casa caíram no Grupo 2, ao lado de Polônia, Peru e Brasil. Na primeira rodada, o Brasil goleou o Peru por 3 x 0, e a Argentina derrotou a Polônia por 2 x 0. Na sequência, tivemos o Eterno Clássico Brasil e Argentina, que foi até certo ponto decepcionante, e terminou empatado, sem gols. Na última e decisiva rodada, o Brasil derrotou na Preliminar a Polônia por 3 x 1, e chegou a comemorar a vaga para a final, mas não sabia o que ainda estava por vir. A Argentina, que precisava tirar uma diferença de quatro gols de saldo para o Brasil, enfiou um sonoro 6 x 0 em cima do Peru, com gols de Kempes (2x), Tarantini, Luque (2x) e Houseman. Muita coisa é dita sobre este jogo, como uma certa facilitação do goleiro Peruano Quiroga, que era argentino de nascimento ou ameaças, mas o que ficou eminente foi a qualidade do Esquadrão argentino, que iria disputar a Final contra a holanda, que havia se classificado no grupo 1, tirando Itália, Alemanha e Áustria da disputa.
Na decisão, no dia 25 de junho de 1978, o Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, recebeu uma fanática e fervorosa torcida argentina, que não duvidava da vitória de sua seleção. No primeiro tempo, Kempes abriu o placar para a Argentina, mas no final do jogo, Nanninga empatou para a Holanda, que ainda meteu uma bola na trave com Rensembrink. Contudo, na prorrogação, não teve jeito: Kempes marcou de novo, se transformando no nome da Copa, e com mais um gol Bertoni, a Argentina se sagrou campeã do Mundo pela primeira vez.
Resultados da Copa do Mundo de 1978:
GRUPO A | |||||
02/06 | - | Itália | 2 x 1 | França | Mar del Plata |
02/06 | - | Argentina | 2 x 1 | Hungria | Buenos Aires |
06/06 | - | Itália | 3 x 1 | Hungria | Mar del Plata |
06/06 | - | Argentina | 2 x 1 | França | Buenos Aires |
10/06 | - | França | 3 x 1 | Hungria | Mar del Plata |
10/06 | - | Itália | 1 x 0 | Argentina | Buenos Aires |
GRUPO B | |||||
01/06 | - | Polonia | 0 x 0 | Alemanha Ocidental | Buenos Aires |
02/06 | - | Tunisia | 3 x 1 | México | Rosario |
06/06 | - | Polonia | 1 x 0 | Tunisia | Rosario |
06/06 | - | Alemanha Ocidental | 6 x 0 | México | Cordoba |
10/06 | - | Tunisia | 0 x 0 | Alemanha Ocidental | Cordoba |
10/06 | - | Polonia | 3 x 1 | México | Rosario |
GRUPO C | |||||
03/06 | - | Brasil | 1 x 1 | Suécia | Mar del Plata |
03/06 | - | Áustria | 2 x 1 | Espanha | Buenos Aires |
07/06 | - | Áustria | 1 x 0 | Suécia | Buenos Aires |
07/06 | - | Brasil | 0 x 0 | Espanha | Mar del Plata |
11/06 | - | Brasil | 1 x 0 | Áustria | Mar del Plata |
11/06 | - | Espanha | 1 x 0 | Suécia | Buenos Aires |
GRUPO D | |||||
03/06 | - | Holanda | 3 x 0 | Iran | Mendoza |
03/06 | - | Peru | 3 x 1 | Escócia | Cordoba |
07/06 | - | Holanda | 0 x 0 | Peru | Mendoza |
07/06 | - | Iran | 1 x 1 | Escócia | Cordoba |
11/06 | - | Escócia | 3 x 2 | Holanda | Mendoza |
11/06 | - | Peru | 4 x 1 | Iran | Cordoba |
SEGUNDA FASE | |||||
GRUPO 1 | |||||
14/06 | - | Itália | 0 x 0 | Alemanha Ocidental | Buenos Aires |
14/06 | - | Holanda | 5 x 1 | Áustria | Cordoba |
18/06 | - | Holanda | 2 x 2 | Alemanha Ocidental | Cordoba |
18/06 | - | Itália | 1 x 0 | Áustria | Buenos Aires |
21/06 | - | Holanda | 2 x 1 | Itália | Buenos Aires |
21/06 | - | Áustria | 3 x 2 | Alemanha Ocidental | Cordoba |
GRUPO 2 | |||||
14/06 | - | Brasil | 3 x 0 | Peru | Mendoza |
14/06 | - | Argentina | 2 x 0 | Polonia | Rosario |
18/06 | - | Polonia | 1 x 0 | Peru | Mendoza |
18/06 | - | Argentina | 0 x 0 | Brasil | Rosario |
21/06 | - | Brasil | 3 x 1 | Polonia | Mendoza |
21/06 | - | Argentina | 6 x 0 | Peru | Rosario |
Disp. 3o. Lugar | |||||
24/06 | - | Brasil | 2 x 1 | Itália | Buenos Aires |
Ficha Técnica da Final
Argentina 3 x 1 Holanda (na prorrogação)
Escalações:
Argentina: Fillol; Olguin, Galvan, Passarella e Tarantini; Ardiles, Gallego e Kempes; Bertone, Luque e Osis. Técnico: César Luis Menotti.
Holanda: Jongbloed, Poortvleit , Krol Brendts e Jansesn; Neskeens, Haan e W. van de Kerkhof; R. van de Kerkhof, Rep Rensenbrik. Técnico : E.Happel.
Árbitro: Sergio Gonella (Itália).
Local: Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, Argentina.
Gols: Kempes aos 27', Nanninga aos 82', Kempes aos 14' e Bertoni aos 25' da prorrogação.
0 Comentários